quarta-feira, 5 de agosto de 2009

So long, farewell...(






Yet another of my very favorite TV shows is saying goodbye. Why, why do all the good ones have to leave, whilst we are stuck with American Idol, 15 versions of Law and Order and Two and a Half Men? Why!?? (ok, there IS a wonderful rumor that it may be back next season. Fingers crossed!)
Tonight is goodbye to Scrubs. The silly, sweet, lovely Scrubs.









The JD and Elliot Scrubs. (I always wanted them together)











When JD turns 30 and decides oh a whim to do a triathlon Scrubs.



The cast mates who seem to really like each other Scrubs.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Evolução Do Clark Kent Em Smallville





























Dvd season 8 Smallville







Ps/ AINDA Chloe não saiu nenhuma edições de capa dos boxs. espero que box do season 9 ela tenha destaque ela merece.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Minha pequena coleção de super Heroes

Bem não tinha nada para fazer comecei tira fotos de alguns bonecos. Espero crescer mais ainda minha coleção.






















































terça-feira, 28 de julho de 2009

Alice in Wonderland, dirigido por Tim Burton.














Johnny Depp (Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet) interpreta o Chapeleiro Maluco no longa, que ainda conta com Michael Sheen (A Rainha), como o Coelho Braco, Crispin Glover (A Lenda de Beowulf), como o Valete de Copas, e Helena Bonham Carter (Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet), que será a Rainha de Copas (veja também a galeria de imagens).









Anne Hathaway é a Rainha Branca, personagem bondosa que é aprisionada pela malvada Rainha de Copas.






Johnny Depp interpreta o Chapeleiro Maluco, um personagem biruta, excêntrico, tomando chá em seu mundo à parte










a Rainha de Copas, personagem autoritária que corta as cabeças dos súditos desobedientes. Saiba mais sobre o filme






Mia Wasikowska é Alice, uma menina que adormece no jardim de sua casa e, ao perder seu gato, cai em um mundo fantástico




Na história original, o Valete (Glover) é acusado de roubar as tortas da Rainha de Copas (Helena) e é defendido por Alice (Mia Wasikowska). A Rainha Branca (Anne Hathaway, de O Casamento de Rachel) é uma monarca benevolente deposta e banida por sua irmã, a Rainha Vermelha. A Rainha Branca precisa da ajuda de Alice para combater uma criatura conhecida como Bandersnatch. A estreia de Alice in Wonderland está marcada para 10 de março de 2010.






















domingo, 26 de julho de 2009

naquele texto emocionado no texto abaixo:

CARTA A CLINT EASTWOOD

Caro Clint
Já faz algumas horas que assisti a “Gran Torino”, e continuo tão impactado pelo filme que decidi, ao invés de fazer a crítica, lhe escrever esta carta. Ao contrário de Walt, seu personagem, não tenho medo de me confessar. Me desculpe, mas neste momento não conseguirei atingir o distanciamento emocional e a frieza analítica que muitos julgam necessários para o exercício crítico. Se eu meramente dissecasse aspectos técnicos, artísticos e estéticos de “Gran Torino”, não estaria fazendo jus à maneira como absorvi seu filme.
Tenho por hábito evitar qualquer informação mais detalhada sobre um filme antes de assisti-lo. A única coisa que sabia de “Gran Torino” era que você havia declarado que seria sua despedida como ator. Nada mais justo que você tivesse direito à aposentadoria, depois de tantas décadas de personagens inesquecíveis, como o cavaleiro solitário dos faroestes de Sergio Leone, o implacável Dirty Harry, os sábios durões de seus filmes pós-“Os Imperdoáveis”. Se serve de consolo, você está cada vez melhor como diretor, e parece que planeja continuar dirigindo.
Desde a primeira cena de “Gran Torino”, na missa pela recém-falecida mulher de Walt, o filme já começa a nos ganhar com as mesmas características reconhecíveis em seus melhores trabalhos: a narrativa clássica, os movimentos de câmera sem firulas nem maneirismos, tudo a serviço de uma história consistente, sólida, em que o que se está contando tem tanta importância quanto quem está dando vida a ela, na frente e atrás das câmeras. Não sei se você vai concordar comigo, mas o comportamento de Walt com o jovem “china” me lembrou muito a rude doçura de Takeshi Kitano.
Mal tinham transcorrido sei lá, uns 20 minutos, e eu, como espectador, já estava absorto pelo personagem de Walt Kovalski. Que poder de síntese você tem, Clint, para em tão pouco tempo nos tornar tão próximos de sua criação. Após aquela cena brilhante em que Walt livra a menina da ameaça da gangue de negros, eu já estava profundamente emocionado. Menos pelo que a cena representava em si, e mais pelo significado da sua presença ali. Naquele momento caiu a ficha de que podia ser a última vez que eu era presenteado com uma performance inédita de Clint Eastwood. E o prazer que a sua atuação proporcionava me lembrava do fascínio que o cinema ainda pode exercer sobre mim.
Os olhos cheios de lágrimas eram conseqüência da sensação, cada vez mais rara, de ter o privilégio de estar testemunhando, no tempo presente, algo histórico como a despedida de um mito. Ainda mais porque “Gran Torino” não é apenas um filme sobre a inevitabilidade da morte, reiterada a todo instante. “Gran Torino” é também um filme sobre alguém que prepara a sua despedida. Uma despedida triunfal em virtude das conseqüências geradas por ela, mas também uma despedida triste e desesperada frente à constatação de que não há maneira melhor para tentar consertar um mundo de tantas coisas erradas, um mundo onde o Saber virou arma inútil e inofensiva.
Que bom que você ainda consegue enxergar espaço neste mundo para seguir trabalhando como diretor. Você ainda tem muito o que dizer. Se esta foi realmente a sua despedida como ator, saiba que não poderia ter sido mais à altura de tudo o que você representa. Com “Gran Torino”, você conseguiu reacender em mim a crença de que o cinema ainda pode emocionar de forma sincera. E isso, acredite, não é pouco.
Obrigado, Clint.

A TROCA



Finalmente assisti ontem à noite, em DVD, “A Troca”, de Clint Eastwood. O filme me faz reforçar tudo que disse naquele texto emocionado sobre “Gran Torino”, e me deixou impressionado com a vitalidade de Clint por trás das câmeras. Que vigor narrativo seu filme tem! Praticamente tudo ali poderia ter recebido um tratamento banal, típico daqueles filmes que se escoram na premissa “baseado em fatos reais” como se isso bastasse para garantir qualidade. A mãe em busca do filho desaparecido, a polícia corrupta, o hospital psiquiátrico que é um centro de torturas, o serial killer debochado… já vimos isso milhares de vezes no cinema hollywoodiano, mas Clint Eastwood, mesmo sem abrir mão de seu estilo narrativo clássico, consegue fazer com que tudo pareça tão fresco, envolvendo o espectador e despertando nele a capacidade de se indignar com as injustiças mostradas na tela.
Nos extras do DVD, há um pequeno “making of” em que os atores elogiam o jeito peculiar de Clint Eastwood dirigi-los: ao invés de gritar “ação!”, ele simplesmente diz, baixinho, “vamos lá, prossiga, fulano”, de forma que o ator embarque na cena com mais naturalidade. O próprio Clint explica que aprendeu isso nos filmes de western que fez, em que o diretor (Sergio Leone?) não gritava “ação!” para não assustar os cavalos, apenas pedia aos atores que prosseguissem seus movimentos naturais para que a câmera fosse ligada. Dá certo. Eastwood costuma trabalhar com um ou dois nomes conhecidos no elenco, mas o conjunto de atores de seus filmes sempre tem atuações destacadas. Em “A Troca” não é diferente.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

VOLVER


Eleito o melhor filme de 2006 pela Federação Internacional de Críticos de Cinema (FIPRESCI), “Volver”, como o título anuncia, significa a volta de Pedro Almodóvar a uma série de elementos que marcaram sua cinematografia, depois de um rápido flerte com a estética noir em “Má Educação”. No universo predominantemente feminino que ele conhece como poucos, carregado em tom vermelho sangue, estão lá os elementos cômicos absurdos de seus primeiros filmes, combinados com a sensibilidade melodramática das obras-primas “Tudo Sobre Minha Mãe” e “Fale Com Ela”. Também é a volta de Almodóvar à sua cidade natal, a mesma La Mancha de Don Quixote, de onde ele saiu ainda garoto, mas que deixou na lembrança a maneira peculiar com que seus parentes e vizinhos lidavam com a morte. Esse lugar, onde os mortos permanecem vivos não só na memória como no cotidiano dos moradores, em gestos um tanto peculiares, é o cenário perfeito para o cineasta que fez, da dificuldade de aceitação da morte, seu tema preferido nos últimos anos.Almodóvar ressuscita uma de suas musas, Carmen Maura (com quem não trabalhava há 17 anos), para fazê-la brilhar no papel de Irene, a morta-viva que é reconhecível pelo odor da flatulência e se finge de cabeleireira russa. Penelope Cruz, em referência direta à Anna Magnani de “Belíssima”, de Visconti, com direito a enchimento nos quadris, faz da Raimunda espanhola a personificação da mulher forte e encantadora, passional e de coração frágil, capaz de se livrar de um cadáver com o mesmo encanto com que entoa um tango de Gardel. Em vários momentos, a trama de “Volver” pode parecer absurda, surreal até. Há mistério, humor, lágrimas. É Almodóvar tirando proveito de suas obsessões, passeando por gêneros distintos, da forma mais naturalista do mundo. Coisa de quem sabe, e muito.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

IR AO CINEMA: MISSÃO (CADA VEZ MAIS) IMPOSSÍVEL


ssim como muitos de vocês, eu também hoje penso duas vezes antes de ir ao cinema. Nem tanto pelo alto preço dos ingressos, por causa do cartão de crédito e da operadora de celular. O problema maior é a fonte de estresse que se tornou ir ao cinema, por conta da falta de educação da platéia. Gente que fica olhando o celular de 5 em 5 minutos e acendendo aquela luz irritante (sem contar os que atendem), gente que fica conversando o filme inteiro com o companheiro(a) como se estivessem no sofá de casa. Jovens baderneiros, adultos estúpidos (já viram como tem gente que não entende as coisas mais óbvias de certos filmes?) e velhinhos tagarelas...tá difícil ver cinema em silêncio, se concentrando no filme. É triste, porque eu gosto da tela grande. Acho que semana que vem eu consigo ver o “Benjamin Button”, talvez as salas já estejam um pouco mais vazias.


ps: O poster do filme Gritos Mortais - 2007

domingo, 25 de janeiro de 2009

PARA SEMPRE NA MINHA VIDA


Em 2003, o filme “O Último Beijo”, do diretor italiano Gabriele Muccino, fez grande sucesso no circuito alternativo brasileiro, fazendo com que chegasse até nós seu filme anterior, “Para Sempre Na Minha Vida”. Em “O Último Beijo”, Muccino impressionava pela lucidez com que conseguia captar os dilemas amorosos dos homens na faixa dos 30 anos. “Para Sempre Na Minha Vida” pode ser encarado como um preâmbulo deste, já que o enfoque está na descoberta da sexualidade por Silvio (Silvio Muccino, irmão do diretor e co-roteirista), um estudante secundarista. Os pais de Sílvio foram engajados no movimento estudantil durante a década de 70, quando havia muito o que protestar. Hoje os tempos são outros. Sílvio adere aos protestos de seus colegas de grêmio estudantil, que decidem ocupar a reitoria da escola à força para lutar contra “a privatização do ensino” e a “padronização da educação”. Empunham bandeiras vermelhas e vestem camisetas de Che Guevara, mas para muitos deles o que interessa é a farra – passar a noite na escola e conquistar garotas.

3 RAZÕES PARA VER “PARA SEMPRE NA MINHA VIDA”:

1. Gabriele Muccino realiza um filme fascinante e verdadeiro, perspicaz na forma de abordar o turbilhão de idéias e sensações que passam pela cabeça de jovens doidos para perder a virgindade com a garota de seus sonhos. Não há nada, aqui, que lembre aquelas comédias idiotas americanas, tipo “American Pie, A Primeira Vez É Inesquecível”. Talvez só o fato de os personagens pensarem em sexo como seus equivalentes hollywoodianos, mas, ao contrário dos filmes-pipoca, eles estão inseridos num contexto social e político que dá outra dimensão à obra.


2. Na primorosa seqüência da ocupação da escola, Muccino mostra como trabalhar com uma câmera ágil sem recorrer à ditadura estética do videoclipe.


3. O diretor consegue dar o seu recado, num tom extremamente carinhoso, de quão vazio e sem propósito se tornou o movimento estudantil, numa época em que as utopias são vendidas em lojas de grife. Embora isso seja apenas o subtexto de um filme onde o que interessa mesmo é o lado prazeroso do rito de passagem sentimental da adolescência para vida adulta.

TELA CHEIA x WIDESCREEN


Muita gente reclama – e com razão – quando um filme que foi realizado no formato cinemascope é apresentado com tela cheia, o que faz com que se perca parte da imagem. Fui informado pelo pessoal do Telecine que infelizmente eles nada podem fazer quanto a isso, já que são as distribuidoras que cometem o crime, enviando nesse formato. O mais incrível é que ainda se vê por aí gente que reclama das tarjas pretas em cima e embaixo da tela, usadas quando se consegue preservar o formato original. Será que elas não entendem que às vezes tal filme não foi feito pra ser exibido com a tela cheia, já que a tela de TV é diferente da de cinema? Revi recentemente “Carne Trêmula”, por exemplo, e todos os planos pensados por Almodovar para o formato widescreen foram por água abaixo. Em muitas cenas os rostos dos atores são cortados pra encher a tela. Ah, se o mundo fosse feito só de cinéfilos...

BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS


Lembro bem do dia em que assisti pela primeira vez a “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”, . Enquanto os créditos de encerramento rolavam na tela, fiquei ali, chapado, remontando a história na minha cabeça enquanto viajava nas possibilidades imaginárias que o filme fornecia. Taí um filme CULT por excelência. Daqueles que você assiste uma, duas, três, quatro vezes e em cada uma delas vai enxergando novos significados, especialmente se visto em diferentes momentos da sua vida.







3 RAZÕES PARA VER “BRILHO ETERNO”:



1. A criatividade da dupla Charlie Kaufman (roteirista) – Michel Gondry (diretor). Kaufman também escreveu o ótimo “Quero ser John Malkovich”, Gondry é a mente por detrás da maioria dos delirantes videoclipes de Bjork.



2. Jim Carrey está contido nas caretas, e tem atuação comovente.



3. A regravação de Beck para a música “Everybody´s got to learn sometime”, do grupo The Korgis, é primorosa e junto com a trilha incidental de John Brion contribuem para o sucesso.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Babel


Uma boa maneira de ajudar a mente a relaxar, para que “Babel” seja melhor digerido após a tensa e extenuante sessão, é tentar enumerar o maior número possível de mensagens embutidas no filme: a lista seguramente será tão grande quanto a pretensão do diretor Alejandro Iñarritu e do roteirista Guillermo Arriaga. Além da referência à passagem bíblica que dá nome ao filme - quando Deus se vingou dos que tentavam construir uma torre que atingisse os céus fazendo com que os trabalhadores passassem a falar línguas diferentes -, nos três segmentos que se interligam em “Babel” fala-se de solidão, dificuldades de comunicação, falta de solidariedade, aspectos difíceis da paternidade, amadurecimento pessoal, e, no campo político, de paranóia e desgoverno por parte das autoridades americanas.


. A vontade de atingir tantos alvos com uma única bala vem da urgência de um discurso pra lá de pessimista, como se os mexicanos Iñarritu e Arriaga vissem neste fecho da trilogia iniciada com “Amores Brutos” e “21 Gramas” a última possibilidade de disparar um tiro certeiro na cegueira política dos EUA e nos malefícios dos efeitos da globalização.

Se em “Amores Brutos” homens e cachorros já se igualavam em termos de selvageria, em “Babel” um disparo de espingarda utilizada para matar chacais desencadeia toda a sorte de tragédias. Uma única bala. A utopia de viver num mundo sem armas é tão utópica quanto chegar aos céus construindo uma torre gigante, mas só por desferirem seu petardo em pleno território inimigo (uma vez que “Babel” é estrelado por astros hollywoodianos) Iñarritu e Arriaga já podem se sentir um pouco vitoriosos.
Ideologias à parte, o filme é vigoroso e quase impecável em todos os seus aspectos técnicos. A edição de Stephen Mirrione e Douglas Crise é mais do que eficaz nas idas e vindas dos três eixos principais (ou quatro, se dividirmos a parte marroquina entre o drama do casal de americanos e o da família camponesa local), enquanto a fotografia de Rodrigo Prieto consegue traduzir as angústias de cada personagem em universos tão distintos. Seu trabalho chama a atenção em especial no episódio japonês, já que
a surdez e a mudez da personagem fazem com que as referências visuais muitas vezes falem por si mesmas.Como no momento em que, logo após Chieko ser desprezada pelo menino enquanto jogava fliperama, a câmera mostra os pés dela balançando e depois vai subindo até mostrá-la sentada na bancada da pia, no banheiro. É uma referência à forma clássica de filmar pessoas encontradas enforcadas, que sempre começa mostrando o enforcado a partir de seus pés, o que faz com que o espectador de “Babel” associe à personagem a idéia de suicídio, uma grande sacada para transmitir a mensagem a partir de uma única imagem.
A jovem atriz japonesa que interpreta Chieko, Rinko Kikuchi, é o grande destaque em um filme de grandes atuações, algumas delas de não-atores, como a dos meninos marroquinos e seu pai, outras de rostos desconhecidos internacionalmente – como o da atriz de TV mexicana Adriana Barraza, que interpreta a babá Amelia -, além de um Brad Pitt envelhecido. Aliás, vale ressaltar a louvável atitude do superstar Brad Pitt em aderir à causa dos realizadores, aceitando participar do filme, com isso possivelmente atraindo também a atenção de um público acostumado a consumir passivamente coisas como “Sr. e Sra. Smith”.
Se a causa é nobre, os resultados poderiam ter sido ainda melhores se o roteiro de Arriaga não cometesse certos deslizes, sendo o mais grave deles o de forçar uma certa barra para linkar o drama da adolescente japonesa aos outros dois episódios, usando como pretexto o fato de que a arma de onde saiu o tiro foi dada de presente por seu pai a um marroquino que lhe serviu de guia numa caçada turística. Nem mesmo a posterior revelação da possível causa da morte da mãe de Chieko por arma de fogo, reforçando a tese anti-armas dos realizadores, evita a impressão de que o drama de Chieko jamais se conecte ao que se passa no Marrocos ou na fronteira EUA-México.

É como se o filme mudasse bruscamente de tom a cada vez que a ação se desloca para o Japão, ganhando ares de drama intimista com mais delicadeza e pausas para reflexão, ao contrário da atmosfera de thriller de ação, de ritmo incessante, que predomina nos outros segmentos.
Se tal fato deixa a impressão de que Iñarritu e Arriaga poderiam ter feito um ótimo filme à parte só sobre Chieko, isso não tira o impacto e a importância de “Babel”, que pode ser reforçada por pequenas coincidências como o fato de Iñarritu ter recebido o Globo de Ouro de Melhor Filme das mãos do governador da California, o ator Arnold Schwarzenegger, que teve que ouvir do diretor uma oportuna piada sobre “seus papéis estarem em dia”, referindo-se à política de linha dura de Schwarzenegger em relação aos imigrantes mexicanos ilegais.
Talvez não caiba aqui ficar fazendo discurso contra a política de imigração americana e suas contradições, mas vale ressaltar um único diálogo do filme que resume com perfeição essa relação problemática EUA-México: é quando Amelia, mexicana que trabalha como babá em San Diego, argumenta que não poderá cuidar das crianças naquele dia porque tem que ir ao casamento do seu filho no outro lado da fronteira, e ouve seu patrão responder: “Preciso que você fique. Cancele o casamento, depois eu pago uma festa mais cara para seu filho”. Simples, não? Ele desliga em seguida, sem dar chance de resposta à sua escrava.

DARK SIDE OF THE OZ


você já deve ter ouvido falar da “sincronia” entre o filme “O Mágico de Oz”, dirigido por Victor Fleming em 1939, e o disco “Dark Side of The Moon”, do Pink Floyd, lançado em 1973. Há quem garanta que Roger Waters e companhia compuseram “Dark Side” tendo à sua frente as imagens de “O Mágico de Oz”, e que por isso as músicas funcionariam como uma perfeita trilha sonora para o filme. Para constatar isso, basta tirar o som do filme e colocar o disco pra tocar assim que o leão da Metro der seu terceiro rugido na tradicional vinheta de abertura. Como o filme tem 100 minutos, mesmo repetindo o disco mais de duas vezes a “sincronia” continua. Já fiz o teste algumas vezes, e, coincidência ou não, a coisa realmente funciona. Diversos sites listam as coincidências. As mudanças de clima do disco coincidem com as mudanças de cena do filme, as letras muitas vezes coincidem com as situações vividas pelos personagens, e como o disco é cheio de ruídos e efeitos, eles parecem ter sido colocados de propósito para encaixar no filme. Barulhos semelhantes ao de aviões são ouvidos quando Dorothy está cantando olhando pro céu; as batidas de coração que encerram o disco surgem no momento exato em que Dorothy bate no peito do Homem de Lata, e por aí vai...Os Floyds negam, alegando que, na época em que gravaram o disco, quando a tecnologia do videocassete ainda era novidade recente, não havia sequer recursos para que ficassem compondo em cima das imagens do filme. Basta constatarmos que eles teriam que compor cada música pensando em dois ou três momentos do filme, já que o disco se repete duas vezes e meia ao longo da duração do filme. Mas não é que quando Dorothy está acordando de seu sonho em casa, já na terceira repetição do “Dark Side Of The Moon”, os versos da música que está tocando dizem “Home, home again, I like to be here when I can”... é MUITA coincidência. Independentemente de qualquer coisa, qualquer pretexto é válido para ver e ouvir essas duas obras-primas que são “O Mágico de Oz” e “Dark Side Of The Moon”. Veja um exemplo aqui.

FARTURA DE ALMODOVAR


Para muita gente (eu, inclusive), o espanhol Pedro Almodóvar deixou de ser apenas um diretor “cult” e se tornou um dos maiores cineastas do cinema contemporâneo a partir de “Carne Trêmula”, emendando com as obras-primas “Tudo Sobre Minha Mãe” e “Fale com Ela”, sem contar os mais recentes “Má Educação” e “Volver”. Almodóvar que flertava com as comédias extravagantes e com os melodramas rodrigueanos (Nelson Rodrigues é uma de suas influências assumidas).

Fuga De Nova York


Assistir hoje a “Fuga de Nova York”, de John Carpenter, nos deixa com uma sensação bastante estranha. Afinal, ele se passa num tempo futuro que já aconteceu. No ano em que o filme foi realizado, 1981, talvez não fosse possível acreditar no cenário apocalítico imaginado por Carpenter. Em 1988, a violência em Nova York teria chegado a um nível tão absurdo que Manhattan foi transformada em uma grande prisão, isolada do resto da sociedade americana, onde vivem todas as espécies de tipos marginalizados. Há um setor de segurança máxima, onde os presos, ao chegarem, são avisados de que, como jamais sairão de lá, podem optar por morrer logo e ter o corpo cremado. Assim evitam todo o sofrimento. Simpático, não?
Vejam só a ironia: na visão de Carpenter, Manhattan, que no século passado foi a principal porta de entrada dos imigrantes que formaram a sociedade americana, virou o lugar dos excluídos, de onde ninguém consegue escapar. A ação se passa em 1997, quando terroristas sequestram o avião do presidente americano para fazê-lo de refém em troca da liberdade de prisioneiros. Em uma cena que vista hoje parece um tanto mórbida, o avião quase derruba uma das torres do World Trade Center. Vale lembrar que apenas a cena inicial, em que aparece a Estátua da Liberdade, foi filmada em Nova York. O restante foi rodado nas cidades de Saint Louis e San Fernando, num excelente trabalho de direção de arte, ainda mais se pensarmos que o filme custou apenas 7 milhões de dólares.
Como filme de ação, “Fuga de Nova York” é um tanto tosco, mas essa precariedade é completamente coerente com a proposta de Carpenter e ajuda a entender porque ele pode ser classificado como cult. Afinal, quem pode resistir a Kurt Russell como um anti-herói de tapa-olho, o grande cantor Isaac Hayes como o vilão duque, e o lendário vilão dos faroestes Lee Van Cleef interpretando um policial sem ética? E embora a trama gire em torno do resgate do presidente americano, repare só que a mensagem final não tem nada de patriótica

MELHORES DE 2008 - A MINHA LISTA 1

Confesso que foi difícil deixar de fora ótimos filmes como “Senhores do Crime”, “Antes que o Diabo Saiba Que Você Está Morto”, “A Banda”, “O Escafandro e a Borboleta”, “Fim dos Tempos”, “Nome Próprio”, entre outros que poderiam estar entre os melhores de 2008, mas como só podia escolher 10... também foi difícil dizer de qual filme gostei mais, até por ser praticamente impossível comparar obras tão diferentes entre si. Eis então os meus 10 melhores filmes de 2008, em ordem alfabética:"Estômago", de Marcos Jorge“Luz Silenciosa”, de Carlos Reygadas“Na Natureza Selvagem”, de Sean Penn"Não estou lá", de Todd Haynes"Onde os fracos não têm vez", de Joel e Ethan Coen“Paranoid Park”, de Gus Van Sant"Queime depois de ler", de Joel e Ethan Coen“Rebobine Por Favor”, de Michel Gondry"Sangue negro", de Paul Thomas Anderson "WALL-E", de Andrew Stanton

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

James Byron Dean


Hoje foi um dia de pura " nostalgia" ao som de Morrissey - Suedehead. Nada melhor do que falar do ator James Dean.Acabei de ver "Assim Caminha a Humanidade (Giant - 1956)"

O pano de fundo deste filme é o Texas, e a época de ouro da descoberta de petróleo. Em primeiro plano, no entanto, está aberto o conflito entre duas gerações. De um lado, o sólido fazendeiro Rock Hudson e sua esposa Elizabeth Taylor.De outro, o jovem, ambicioso e aventureiro James Dean. Tanto a solidez dos poços de petróleo de Rock fica abalada, quanto o seu casamento. Épico baseado no livro de Edna Ferber , que deu o Oscar de melhor diretor para George Stevens e o de melhor ator para Rock Hudson. Um clássico imperdível. Vibrante retrato de uma América em mudança.


Sobre o Dean :


Nome: James Byron DeanData de Nascimento: 08 de Fevereiro de 1931Local de Nascimento: Marion, Indiana, USAFalecimento: 30 de Setembro de 1955, California, USA


Alguns fatos de sua vida:




James Byron Dean nasceu em Marion (Indiana) e morreu num acidente de carro que interrompeu sua carreira no auge e o transformou em mito cultuado ainda hoje. Filho de um dentista, perdeu a mãe aos sete anos. Cresceu numa fazenda de Iowa e após concluir o secundário foi para Los Angeles, onde estudou no Santa Monica Junior College e na UCLA.
Como ator, integrou o grupo teatral de James Whitmore (veterano que reapareceu em "Um Sonho de Liberdade", como o bibliotecário da penitenciária Shawshank) e fez pontas em quatro filmes, entre eles "Baionetas Caladas" (1951), de Samuel Fuller, e "Sinfonia Prateada" (1952), de Douglas Sirk. Foi em Nova York, no entanto, que sua carreira decolou: assistiu a aulas no lendário Actors Studio, fez pontas na TV e duas peças na Broadway. A segunda, "The Immoralist" (1954), lhe valeu um teste na Warner.
Pouco tempo depois, já era um ídolo em todo o país. Estrelou os filmes: "Juventude Transviada" (1955), "Vidas Amargas" (1955) e "Assim Caminha a Humanidade" (1956). Os dois últimos lhe renderam indicações póstumas ao Oscar de melhor ator. Em 30 de Setembro de 1955 quando dirigia seu Porsche rumo a Salinas, onde participaria de uma corrida, sofreu um acidente fatal que lhe tirou a vida. Inúmeros livros e filmes - como "O Espírito de James Dean" (1978), de James Bridges, e "James Dean, o Mito Sobrevive" (1982), de Robert Altman - dedicaram-se nas últimas décadas a analisar a personalidade do ator e o impacto de sua morte sobre milhões de fãs.


Relação de filmes para cinema, vídeo ou TV.



Assim Caminha a Humanidade (Giant - 1956) Juventude Transviada (Rebel Without a Cause - 1955) Vidas Amargas (East of Eden - 1955) (Trouble Along the Way / Alma Mater - 1953) (Has Anybody Seen My Gal? - 1952) (Fixed Bayonets - 1951) (Sailor Beware - 1951)


O Clube da Lua




SINOPSE


Os herdeiros de um tradicional clube de dança de Buenos Aires tentam impedir que o local, em crise nos anos 90, seja transformado em cassino.




"O Clube da Lua" é um filme muito portenho, muito particular, que fala de um clube decadente de bairro e as intrigas que giram em torno dele. Na verdade, quem tiver experiência semelhante num clube parecido vai apreciar melhor o filme, que é um pouco longo, bastante poético e me pareceu bonito e melancólico. Ou seja, não é muito comercial, mas é, amis uma vez, um trabalho digno do ator Ricardo Darin, com o mesmo diretor com que fez o sucesso "O Filho da Noiva". Experimente.

CONVERSATIONS WITH MAMA


A melhor maneira de se conhecer e estudar o cinema nos dias de hoje é assistindo aos comentários em áudio nos DVDs. Ouvir Coppola, Scorsese e outros mestres comentando seus próprios filmes são verdadeiras aulas de cinema. Há os casos de DVDs de filmes de cineastas que já morreram, que trazem comentários de críticos e estudiosos da obra deste cineasta, como no caso dos ótimos comentários de Ismail Xavier e Ivana Bentes no DVD de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, entre outros. O que eu nunca tinha visto era um comentário feito pelo diretor junto com a mãe! Cameron Crowe e sua mãe Alice Marie comentam o ótimo “Quase Famosos”, filme que ganhou o Oscar de melhor roteiro original em 2001. Tive vontade de rever o filme depois de ter escutado o Elton John cantando “Tiny Dancer”na Apoteose anteontem. Ouvindo a música no show na mesma hora lembrei daquela deliciosa cena do ônibus, em que todos juntos cantam a música. O DVD duplo de “Quase Famosos” tem a versão do diretor, com 40 minutos a mais do que a exibida nos cinemas, e ele convidou a mãe para participar do comentário por um motivo muito simples: o filme é baseado na própria vida dele, que com 16 anos teve a oportunidade de se tornar repórter freelancer da Rolling Stone, emplacando logo de cara uma matéria de capa. Assistindo ao filme com o audio do comentário (infelizmente sem legendas em português), temos a rara oportunidade de observar como um diretor lida com a delicada missão de transformar momentos tão íntimos e pessoais em algo que possa interessar a uma platéia de cinema. Interessante notar como certas coisas que significavam muito pra ele acabaram cortadas da versão final justamente por isso, enquanto outras foram mantidas, de forma muito fiel à realidade, como atesta a simpática mamãe (interpretada no filme por Frances McDormand). Para quem consegue compreender bem o inglês, são 160 minutos valiosos. Recomendo.

O Oscar Vem Ai!


Como ainda não consegui ver “Benjamin Button” e nem os outros candidatos a melhor filme, nesse primeiro momento o que tenho a dizer sobre as indicações do Oscar é que me chamou a atenção o fato de todos os diretores dos 5 filmes indicados estarem concorrendo na categoria de melhor direção, pois em anos anteriores sempre tinha algum diretor pinçado de um filme que não estivesse concorrendo. E os indicados de 2009 não são diretores quaisquer: tirando Ron Howard, representante do chamado “cinemão” e que já ganhou por “Uma Mente Brilhante”, os outros tem um perfil mais ousado: David Fincher (“Zodíaco”), Gus Van Sant (“Paranoid Park”), Danny Boyle (“Trainspotting”) e Stephen Daldry (“As Horas”). Eu arriscaria que deve dar Fincher na cabeça.Obviamente que, pelo número de indicações, “Benjamin Button” é o favorito. Mas os velhinhos da Academia costumam nos pregar peças. Aguardemos, portanto. E vocês, algum palpite?